ESTADÃO: Teld New Energy inaugura quatro postos de recarga de veículos eletrificados em São Paulo
17 Setembro, 2025
Quando a imigração chinesa se intensificou no Brasil, a partir dos anos 1950, os novos moradores orientais que se estabeleceram por aqui, principalmente no comércio e na gastronomia, nem podiam sonhar que, sete décadas depois, a China viraria referência de tecnologia. E inundaria as ruas brasileiras com automóveis movidos por um sistema diferente: o motor elétrico, que necessita de recarga.
Os automóveis eletrificados de onze marcas chinesas – e outras estão a caminho – tornaram-se uma realidade no mercado nacional. Mas outro agente da eletromobilidade, o da infraestrutura de recarga, veio da província de Shandong para investir pesado no Brasil. Em agosto, a Teld New Energy abriu seus primeiros quatro eletropostos ultrarrápidos na cidade de São Paulo.
A Teld é uma potência na China e pretende reproduzir no Brasil um pouco do crescimento vivido no país de origem. A empresa tem dez centros de pesquisa e desenvolvimento globais, seis bases de produção na China e 10 mil colaboradores. Ela responde por 40% do market share de pontos de recarga no país asiático e possui 777 mil eletropostos ativos no mundo, usados por 30 milhões de consumidores.
Também em agosto, ela estreou o primeiro prédio ultra zero-carbono do mundo, em Shandong. Isso significa que a edificação de 23 andares e 117 metros de altura funciona totalmente sem emissões de carbono e com energia limpa. Uma das soluções da construção são as fachadas constituídas de vidros fotovoltaicos, que convertem a luz solar em energia.
Na capital paulista, as estações ficam nos limites das zonas sul e oeste, nas avenidas Brigadeiro Faria Lima, Bandeirantes, Juscelino Kubitschek e Vereador José Diniz, na confluência de artérias importantes da cidade.
“O custo inicial da recarga será de R$ 1,99 o kWh. O valor sofrerá aumento ou não de acordo com a demanda”, explica Evaristo Lai, diretor das operações da empresa no Brasil. Em breve, mais três unidades serão inauguradas em locais já definidos, mas não revelados por enquanto.
Segundo o executivo, as metas são audaciosas. “Queremos abrir mais 16 unidades até o fim do ano, cem em 2026 e 200 em 2027, em vários pontos do País”, afirma. Para isso, a Teld planeja desembolsar R$ 400 milhões nos próximos dois anos.
O modelo de franquia também faz parte da expansão dos negócios da Teld. A previsão é credenciar 400 parceiros em 2026 e 800 em 2027. O interessado não precisará montar uma estrutura igual a dos eletropostos.
Basta o dono do empreendimento – uma farmácia ou panificadora, por exemplo – disponibilizar duas ou três vagas com a preparação de cabos para a instalação dos equipamentos de 40 kW, cedidos sem custo pela Teld.
“Ao comprar um computador, o usuário não leva apenas a tela e o teclado. Ele quer que o sistema operacional da máquina rode perfeitamente. Com os franqueados é a mesma coisa: eles receberão toda a estrutura e o suporte necessários para implementar a operação”, salienta.
Lai salienta que, ao longo do tempo, a Teld planeja criar corredores verdes nas principais capitais, inclusive com equipamentos de recarga em grupo, para atender às grandes frotas.
“Para evitar o risco de falta de energia elétrica, contudo, todas receberam o sistema Bess (battery energy storage system ou sistema de armazenamento de energia em baterias)”, diz.
Dessa forma, o diretor conta que, em julho, o País registrou uma frota de 167 mil veículos híbridos plug-in e 130 mil totalmente elétricos. Um crescimento que comprova a posição estratégica no mercado de eletrificação. “O Brasil será o nosso hub para ampliar os negócios na América Latina”, adianta.
As atividades da Teld no Brasil, entretanto, não se restringirão aos eletropostos de recarga. Lai revela que a matriz da companhia autorizou a produção das linhas de produtos no País, a partir de 2026. O lugar da fábrica ainda não foi divulgado.
De acordo com Lai, trata-se de uma boa notícia para futuros parceiros, que vão se associar à Teld no Brasil. “Manter uma fabricação local reduz a carga de impostos e, consequentemente, será possível diminuir o preço dos equipamentos”, acredita.
Abertos 24 horas, os quatro eletropostos de recarga ultrarrápida da Teld possuem sala de espera com conveniências como café e água e monitoramento de segurança. Veja onde eles estão localizados:
fonte: Mobilidade Estadão